Summit Agenda SP+Verde debate inovação tecnológica para o enfrentamento de eventos climáticos extremos

Publicado em: 05/11/2025 13:27

As chuvas torrenciais de setembro de 2024, que assolaram Valência, na Espanha, mostraram que a cidade não estava preparada para enfrentar eventos climáticos extremos, resultando em mais de 200 mortos. As mudanças no leito do Rio Túria, realizadas no século XX, intensificaram o desastre, e as tecnologias disponíveis não funcionaram na hora H, lembrou a professora da Unicamp Gabriela Celani na abertura do painel Inovação Tecnológica e Regeneração Urbana, realizado nesta quarta (5), no Summit Agenda SP+Verde — evento pré-COP promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e Universidade de São Paulo, com o objetivo de promover um amplo debate sobre desenvolvimento sustentável e economia verde.

As cidades contemporâneas enfrentam o desafio de conciliar expansão urbana, qualidade de vida e sustentabilidade em um cenário de mudanças climáticas. A inovação surge como força motriz para regenerar espaços degradados, aproximar sociedade e natureza e criar novos modelos de desenvolvimento sustentável. O painel, moderado por Celani, buscou apontar caminhos concretos, demonstrando como ciência, governo e sociedade podem atuar juntos na regeneração urbana do futuro.

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O trabalho desenvolvido há dez anos na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), dentro da Comissão de Estudos em Comunidades Sustentáveis, foi apresentado pelo professor Alex Abiko, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo:“As normas não são de uso obrigatório, mas sim voluntário, e podem ser revistas periodicamente. A experiência de Valência, por exemplo, apontou a necessidade de assimilar novos conhecimentos por conta desse evento extremo, na revisão das normas.”

Priscilla Bonini, conselheira e pesquisadora da Ilha dos Arvoredos, trouxe ao painel a experiência do modelo de visitação ecoturística da ilha localizada no município do Guarujá, que se tornou um grande celeiro de pesquisas em sustentabilidade e energias limpas — com iniciativas como filtragem de água com elementos naturais e compostagem —, aberta à visitação científica e educacional.

Em seguida, Alberto Mina, diretor de Relações Institucionais do Milano Innovation District (MIND), apresentou ao público o conceito do distrito, desenvolvido a partir do modelo quádruplo de inovação, que reconhece quatro atores principais no sistema: ciência, política, indústria e sociedade.

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“Não se consegue ter sustentabilidade sem ciência, tecnologia e inovação — e não adianta ter ideias geniais se elas não forem economicamente viáveis. Boas intenções, como as das autoridades públicas de Valência, não bastam; as normas técnicas são um guia para todos, e iniciativas como a Ilha dos Arvoredos e o MIND são exemplos estruturados de maneira não trivial”, finalizou o titular da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, no painel.

A área do Parque Villa-Lobos, onde acontece o Summit Agenda SP+Verde, foi citada por Agopyan como exemplo de regeneração de uma área obtida por meio da parceria entre diversos poderes. O parque está localizado dentro do Distrito de Inovação, uma área de inovação urbana dedicada à pesquisa e à inovação, resultante da colaboração entre organizações-âncoras de alto desempenho em ciência e tecnologia.

Sobre o evento

O Summit Agenda SP+Verde é um evento internacional pré-COP promovido pelo Governo de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e USP. O encontro reúne especialistas, lideranças e representantes da sociedade para debater desenvolvimento sustentável e economia verde.

A estrutura montada no Parque Villa-Lobos conta com cinco palcos, rodada de negócios, área de inovação, Casa da Circularidade, espaço gastronômico e atrações culturais.

Os debates estão organizados em quatro eixos temáticos: Finanças Verdes, Resiliência e o Futuro das Cidades, Justiça Climática e Sociobiodiversidade e Transição Energética e Descarbonização. Uma trilha de economia circular também conecta todos os palcos e se estende à Casa da Economia Circular, com vivências e workshops sob curadoria do Movimento Circular.

Na área de inovação, universidades e institutos tecnológicos discutem o papel da pesquisa e da tecnologia na transformação climática de São Paulo. No palco principal, a economia verde é o centro das discussões, com presença de lideranças políticas e convidados nacionais e internacionais.

O Summit é resultado de uma ampla mobilização pelo desenvolvimento sustentável e conta com patrocínio de Cosan, Comgás, Edge, Rumo, Sabesp, Itaú, Amazon, Votorantim Cimentos, EcoUrbis, Solví, Loga, Motiva, EDP, Veolia, CPFL Energia, Metrô, Stellantis, Ecovias, Toyota, JHSF, TetraPak, Aena, Scania, AstraZeneca, Weg e Bracell; além de apoio institucional da Fiesp, Senai, Única, Aesabesp, Abrainc, Secovi-SP, Associação Comercial de São Paulo, Pateo 76, Abiogás, SP Águas, Cetesb, DER-SP, Fundação Florestal, Arsesp, SPTrans, Prefeitura de Campinas, B3, The Nature Conservancy, CEBDS, Pacto Global, SOS Mata Atlântica, Movimento Circular, União BR, Circular Brain, CET-SP, Dia da Terra, Instituto de Conservação Costeira, Inovaclima, IPT, Zeros, Ideia Sustentável, Kearney, Instituto Baccarelli, Zero Summit, Parque Villa-Lobos, NEOOH, Global Renewables Alliance (GRA) e Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI), MBRF, White Martins e Microsoft.

Fonte: Agência de Notícias do Estado de SP

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