Programação Educativa da Fundação Clóvis Salgado destaca ancestralidade africana e as expressões contemporâneas da negritude
Durante o mês de novembro, o Programa Educativo da Fundação Clóvis Salgado (FCS) apresenta uma série de atividades que conectam arte, ancestralidade e experimentação.
Oficinas, visitas mediadas e encontros formativos serão realizados no Palácio das Artes e na CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais, convidando o público de todas as idades a refletir sobre as raízes africanas e afro-brasileiras, a oralidade e as múltiplas formas de criação coletiva que marcam a cultura negra.
As visitas mediadas agendadas ocorrem às quartas, quintas e sextas-feiras, às 9h30, 14h, 16h e 19h no Palácio das Artes e às 9h30 e 16h na CâmeraSete. O objetivo é proporcionar experiências interativas a partir das exposições em cartaz, com foco no diálogo e na experimentação, estimulando a troca entre educadores e visitantes.
Também é possível agendar a visita patrimonial, modalidade de visita guiada que destaca a história, a relevância cultural e as curiosidades dos espaços do Palácio das Artes com grupos de até 15 pessoas. Os agendamentos podem ser feitos pelo e-mail agendamento.educativofcs@appa.art.br.
A programação especial tem início no sábado (1/11), às 10h e às 16h, com a oficina Conhecendo Adinkras, que convida o público a explorar os símbolos do povo Akan, da África Ocidental.
Adinkra consiste no conjunto de símbolos gráficos e ideográficos usados pelo grupo étnico Akan para representar provérbios, valores, filosofia e história. Além de conhecer os significados dos adinkra, os participantes poderão personalizar uma ecobag utilizando a isogravura, técnica de impressão manual que adapta a xilogravura ao usar uma placa de isopor no lugar da madeira como suporte.
Nos dias 8 e 22/11, às 16h, a visita temática “Modelando o Mundo – A Criação pela Mão de Obatalá” propõe um percurso pela exposição Bonecos Giramundo, inspirada na narrativa de Obatalá, orixá que molda o ser humano a partir do barro. A experiência convida o público a refletir sobre os mitos de criação e a relação entre arte, natureza e ancestralidade africana.
Em 15/11, às 18h, a oficina “Vozes Ancestrais: Slam e Griots” celebra a força da oralidade negra, unindo a tradição griot africana à poesia falada contemporânea.
Os griots são os guardiões da tradição oral, responsáveis por contar histórias, preservar mitos, transmitir conhecimentos e atuar como mensageiros, conselheiros e músicos em suas comunidades, principalmente na África Ocidental. Entre vídeos, escrita coletiva e performances, os participantes da oficina irão criar poemas autorais que evocam resistência, identidade e memória.
Já em 22/11, às 10h, crianças a partir de 7 anos são convidadas a participar de “Brincar de Roda, Cantar o Mundo e suas Origens”, uma vivência lúdica e participativa que explora manifestações afro-brasileiras como o coco, que reúne música instrumental, canto, poesia e dança, e o maculelê, dança folclórica que simula uma luta usando bastões.
Para encerrar o mês, no dia 29/11, às 18h, o Bate-papo com o Educativo, na Sala de Vídeo do Cefart, será dedicado à obra do artista visual Maxwell Alexandre, cuja produção reflete as experiências da negritude na contemporaneidade. A atividade propõe uma análise de sua obra a partir da perspectiva da montagem de cenas, seguida de conversa aberta com o público.
