Feira do Conhecimento: 9ª edição do maior evento de popularização da ciência e tecnologia do Ceará acontece em Fortaleza

Publicado em: 06/11/2025 22:00







6 de novembro de 2025 – 21:33
#feira do conhecimento


Isabella Campos – Ascom Casa Civil – Texto

Estácio Júnior – Casa Civil – Fotos


Maior evento de popularização da ciência, tecnologia, empreendedorismo e inovação do estado. O Governo do Ceará deu início, nesta quinta-feira (6), à 9ª edição da Feira do Conhecimento (FdC), que acontece de 6 a 8 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará, com acesso totalmente gratuito.

Com experiências imersivas e educativas, a Feira do Conhecimento tem se consolidado como um dos principais eventos de ciência e tecnologia do Norte e Nordeste. A secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Sandra Monteiro, ressaltou o compromisso do Estado com a construção de um Ceará cada vez mais inovador e inclusivo.

“A feira é, acima de tudo, um espaço de acesso ao conhecimento. O Governo do Ceará traz essa possibilidade de oferecer ao cidadão o conhecimento, mas também de ouvi-lo e reconhecer o saber que ele compartilha”, ressaltou a secretária. “Criamos aqui um ambiente colaborativo, inclusivo e plural. Adotamos isso como um lema, porque plural é o saber”, complementou.

A expectativa é que, ao longo dos três dias de evento, a FdC se consolide como um espaço vibrante de encontro entre a juventude, a academia, o setor produtivo e a sociedade civil.

Inclusão e inovação

Na FdC, o público pode interagir com mais de 200 instituições e marcas expositoras, além de acompanhar uma intensa programação de palestras, oficinas, mostras científicas, experiências tecnológicas, jogos, robótica, astronomia, inclusão e inovação social. O evento também contará com a premiação Ceará Awards, que reconhece os destaques do ecossistema de inovação do estado.

Apaixonado por jogos — especialmente por criá-los — o jovem Lui Felix esteve na FdC apresentando sua própria invenção: um videogame de investigação criminal. “Eu nem acredito que estou aqui, podendo expor e falar sobre o que gosto de fazer, que é trabalhar com tecnologia”, comentou.

Expositor no estande do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), Lui explicou que o jogo foi desenvolvido por um grupo formado majoritariamente por pessoas neurodivergentes. “O nosso jogo foi produzido por uma equipe majoritariamente neurodivergente. Entre nós, há pessoas com TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), depressão, esquizofrenia e autismo”, destacou.

Sendo a pessoa autista da equipe, Lui definiu a criação do jogo como desafiadora, porém gratificante. “Estamos produzindo esse jogo desde março. Foi um desafio, mas as pessoas estão gostando muito, porque ele estimula o raciocínio e é desafiador. Estou empolgado com a recepção”, destacou.

Diálogo com a sociedade

Com previsão de receber 30 mil visitantes ao longo de seus três dias de programação, o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (Sedes), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Inácio Arruda, destacou a importância do diálogo entre quem produz ciência e tecnologia e a população.

“A feira nasceu para que nós, da comunidade acadêmica, pudéssemos ‘nos amostrar’, para que pudéssemos conversar com a comunidade e com a sociedade. Para que saíssemos de dentro da universidade e dos laboratórios e viéssemos mostrar o que está sendo desenvolvido e como isso beneficia o nosso povo. Nós estamos construindo, permanentemente, o futuro do Ceará e do Brasil”, ressaltou Inácio Arruda.

Foi nesse diálogo que se inseriram as estudantes Luana Ferreira e Rosiane Oliveira, da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Maria Margarida de Castro Almeida. Participando do programa Ceará Científico, da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), que nesta edição trouxe o tema “Educação ambiental, sustentabilidade e emergência climática”, com a reflexão “Saberes científicos em tempos de crise climática global”, as estudantes desenvolveram uma cápsula biodegradável para o combate ao Aedes aegypti: o Larvix.

“Nós desenvolvemos o microencapsulamento de um óleo essencial, produzido a partir de cascas de laranja reaproveitadas da escola, em cápsulas de gelatina biodegradável. A nossa intenção é utilizar o produto inicialmente na própria escola e na comunidade do entorno, aplicando onde houver focos de água parada para combater a proliferação do Aedes aegypti”, explicou Luana.

As estudantes conquistaram o 1º lugar na Etapa Regional -Sefor do Ceará Científico 2025. Rosiane Oliveira contou que nunca imaginou que se interessaria por ciência. “Eu nunca fui tão próxima da ciência, mas depois que conheci o laboratório de Biologia, meu interesse despertou”, relatou.

Luana, orgulhosa do trabalho realizado ao lado de Rosiane e da professora Sandra Limeira, também contou que não se via fazendo ciência até ter contato com o laboratório da escola. “Antes, eu não conhecia essa área e não sabia que na escola havia um laboratório onde eu poderia estudar as ciências da natureza. A partir daí, fui criando interesse, descobrindo esse projeto e agora estou aqui apresentando”, comentou.

Responsável pelo laboratório que inspirou as estudantes a se aprofundarem nas ciências da natureza, a professora de Biologia Sandra Limeira destacou a importância de desenvolver esse trabalho com jovens. “É muito importante incluir essas meninas na ciência desde cedo. Percebemos que isso amplia o interesse e o engajamento delas com a escola. Esse é o impacto dessas boas práticas sustentáveis no ambiente escolar”, enfatizou.

Reflexões sobre o papel dos oceanos

Seguindo a temática da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Feira do Conhecimento 2025 traz como tema “Planeta Água: a cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”. A proposta é estimular reflexões e soluções sobre o papel dos oceanos na regulação do clima e na preservação da vida no planeta, incentivando o desenvolvimento de tecnologias adaptadas aos diferentes territórios brasileiros, com foco no enfrentamento das mudanças climáticas.

Apaixonado pelos oceanos e pelo meio ambiente, o expositor Lúcio Brabo, do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (UFC), apresentou na FdC o projeto Cortina de Correntes, integrante da iniciativa Detetives dos Plásticos, que evidencia como tampas plásticas descartadas em mares distantes chegam ao litoral do Ceará, trazidas pelas correntes oceânicas.

“Essa cortina foi feita com resíduos que não são consumidos aqui, não são fabricados aqui e nem importados. São consumidos em outros lugares do mundo, ou em alto mar, e chegam até nós por meio das correntes oceânicas. É um tipo de lixo que antes não tinha muitos registros, mas que agora está sendo encontrado em toda a costa do Ceará. São resíduos de várias partes do mundo chegando ao nosso litoral”, explicou Lúcio.

Para ele, a participação na feira é uma oportunidade não apenas de apresentar o trabalho, mas também de despertar o interesse dos jovens para a preservação ambiental. “É importante para conscientizar e mostrar que, da mesma forma que estamos recebendo poluição de longe, o nosso lixo também pode estar sendo levado para outros lugares”, concluiu.




Fonte: Agência de Notícias do Estado do CE

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