Entenda como os drones viraram peça fundamental nas ações de inteligência da polícia em SP

Publicado em: 23/10/2025 11:16

O uso de drones pela Polícia Militar de São Paulo se consolidou como uma das principais ferramentas de inteligência e apoio tático nas operações do estado. Na prática, o uso crescente das aeronaves não tripuladas redesenhou o modo como a polícia atua em campo. Um exemplo claro aconteceu na última terça (21), na maior operação com uso de drones da história do estado: foram 20 operando simultaneamente, o que resultou na prisão de 12 pessoas e na apreensão de 11 quilos de drogas em menos de duas horas na Grande São Paulo.

De ações ostensivas a missões de resgate, os 242 drones que a PM possui atualmente permitem que equipes em solo tenham uma visão precisa de áreas de interesse, reduzindo riscos e ampliando a eficácia das ações. O equipamento é hoje parte da estrutura permanente de segurança pública e aparece em operações de diferentes naturezas: do combate ao tráfico de drogas ao controle de multidões em grandes eventos, passando pelo apoio em desastres naturais. 

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“O drone é um divisor de águas para a captação de imagens, vídeos, atividade de inteligência policial e de vigilância”, afirma o comandante da Polícia Militar na Região Metropolitana de São Paulo, coronel Caio de Oliveira. “Ele entra como uma ferramenta poderosa na segurança do policial e na precisão da atividade que ele tem que desenvolver”, explica. Segundo o coronel, o uso dos drones garante operações com melhor custo-benefício, uma vez que o recurso agrega valor técnico e estratégico sem demandar grandes estruturas adicionais.

As operações utilizam diferentes modelos de aeronaves, com variação de autonomia de voo, alcance de zoom e definição das câmeras. Oliveira destaca que há drones capazes de fazer reconhecimento de placas e que já foram realizados testes em conjunto com o programa Muralha Paulista para reconhecimento facial. 

Drones são empregados em quatro tipos de operação: grandes eventos, manifestações públicas, ocorrências policiais de maior gravidade e ações humanitárias

Durante as operações, os drones produzem imagens e vídeos que são transmitidos ao vivo para gabinetes de comando, onde gestores acompanham a operação em tempo real e definem deslocamentos e prioridades. O uso de drones não dispensa a presença de equipes em solo; ao contrário, potencializa a ação tradicional dos policiais. Na operação de terça (21), por exemplo, os drones foram empregados junto a 230 policiais, incluindo tropas de choque, batalhões especializados e unidades caninas.

O treinamento, portanto, também é um pilar da estratégia. Os operadores passam por curso no Comando de Aviação da Polícia Militar, o mesmo que forma os pilotos dos helicópteros Águia. Essa capacitação garante que o uso da tecnologia siga padrões técnicos e de segurança, integrando o trabalho de solo e de comando. “São Paulo sai na frente pela ousadia e pela coragem”, afirma o coronel. “O estado sempre será protagonista no campo policial.”

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De ocorrências policiais a grande eventos

O tenente Jackson Cruz, do sistema Olho de Águia da PM, explica que os drones são empregados em quatro tipos de operação: grandes eventos, manifestações públicas, ocorrências policiais de maior gravidade e ações humanitárias. Em eventos como Carnaval, Fórmula 1 e Lollapalooza, o uso das aeronaves permite acompanhar multidões e identificar movimentações suspeitas. “Com a capacidade de zoom de 200 vezes, conseguimos monitorar alguns quarteirões de distância e verificar o que as pessoas têm nas mãos, às vezes em três, quatro quarteirões”, diz o tenente.

Operações utilizam diferentes modelos de aeronaves, com variação de autonomia de voo, alcance de zoom e definição das câmeras

Durante manifestações e operações de risco, os drones ajudam a mapear rotas de fuga e a orientar deslocamentos das equipes. A capacidade de transmissão ao vivo das imagens para os gabinetes de comando permite decisões mais rápidas e seguras. “Os drones fazem a transmissão ao vivo para a sala de gerenciamento de incidentes no Centro de Operações da PM (Copom) e, dessa forma, o gestor daquela crise pode tomar as principais medidas porque ele tem a consciência situacional privilegiada”, explica Cruz.

A tecnologia também se mostrou essencial em situações de emergência. Em 2023, durante os deslizamentos de terra em São Sebastião, os drones ajudaram o Corpo de Bombeiros a localizar vítimas e a definir caminhos seguros para as equipes de resgate. “O drone ficava no alto, as equipes estavam em solo, e, visualizando um deslizamento de terra, já avisava para que pudessem se abrigar e ficar em segurança”, conta o tenente.

Fonte: Agência de Notícias do Estado de SP

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